segunda-feira, 7 de junho de 2010

LEITURA: SEMENTE E FRUTO

Desde o nosso nascimento, até antes, fazemos “leitura”. Leitura dos gestos de nossa mãe; de nossas atitudes e a resposta frente a elas; do nosso convívio familiar; das relações das pessoas (pai, mãe, avós, irmãos, tios, empregada etc.).

Crescemos lendo os brinquedos, a interação com os colegas, a amizade, tudo isso, antes mesmo da leitura “coloquial” na entrada para a escola.

A partir do ingresso no ensino fundamental; não vamos falar aqui da educação infantil, pois para mim, a educação infantil não é para alfabetizar, mas desenvolver habilidades e competências, para o letramento e a alfabetização da criança: há uma preocupação com a leitura “escrita”, ou seja, decodificação de sons e letras, que representam a fala, na qual chamamos de “alfabetização”.

O que é alfabetização? Alfabetização é um processo de decodificação de códigos e sons, que representam a fala e a partir disso, ocorre a socialização de nossa língua. Não basta só decodificar os sons e grafia, atribuindo-lhes significados, mas se faz necessário apropriar-se dessa linguagem, dando sentido à ela e capacitando o leitor a interagir com sua vivência, interiorizando e aplicando em sua realidade. A isso eu chamo de “letramento”.

Letramento, não é só decodificar letras e som, mas interpretar todos os tipos de leitura, dando significado à elas e relacionando com a sua vivência, ou seja, realmente interpretando.

Os termos “alfabetização” e “letramento”, podem e devem vir acompanhados, mas não necessariamente são sinônimos. Caminham juntos, mas são independentes.

Um indivíduo pode estar “alfabetizado” e não entender nada do que leu e não saber o que fazer com aquele texto, ou, um indivíduo pode ser “letrado” e saber como agir nas situações sem nem precisar de um texto que o embase.

Com a preocupação em que “alfabetização” e “letramento”, necessitem caminhar juntos, qualquer tipo de leitura, deve se desenvolver um a análise metodológica dos três olhares.

A metodologia dos três olhares, sem percebermos, usamos no dia-a-dia sem dar-lhes a devida importância. Podemos compará-la às etapas que percorremos quando conhecemos alguém, ou seja:

A) UM PRIMEIRO ENCONTRO: Observamos a pessoa em suas características externas, físicas, pessoais, altura, cor dos olhos, cor dos cabelos, sorriso etc.

B) UM SEGUNDO ENCONTRO: Já temos alguns comentários sobre a personalidade daquela pessoa. Passamos a conhecê-la melhor e ela já faz sentido para nós.

C) UM TERCEIRO ENCONTRO: Se nos identificamos com ela, tem início um processo de conhecimento mais profundo. Surgem a intimidade e o prazer de estar com essa pessoa. Há um cruzar de sentidos.

Assim também acontece com relação ao texto. Ler é passar a limpo as suspeitas

levantadas num primeiro encontro. E isso só pode ser feito por etapas.

METODOLOGIA DOS TRÊS OLHARES

 Metodologia apresentada em seminário de leitura, em 1993, pela professora Francisca Nóbrega. Encontra-se no Caderno de Leitura, PROLER, Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 1994, e em Lições, Francisca Nóbrega, Vozes, 1996.



A) UM PRIMEIRO ENCONTRO OU OLHAR

Metodologia

É o olhar do ENCONTRO com o texto. É VER o texto e fazer a COLHEITA de:

- Sinais significativos

- Sugestões

- Coisas diferentes

- Suspeitas

Técnica

O QUE O TEXTO MOSTRA?

- O autor refere o que?

- O texto trabalha sobre o que?

- Que suspeita ele abre?

- Parece com o que?

- O que é o título?


B) UM SEGUNDO ENCONTRO OU OLHAR

Metodologia

É o olhar da DEVASSA. É o ACOLHIMENTO do que vi no texto. É aceitar e reconhecer sentido entre a vida vivida e a representada. É o JULGAR, um olhar analítico, observando a semântica do texto.

Técnica

COMO O AUTOR CONSTRÓI O0 TEXTO? Como o autor apresenta suas idéias? Como organiza o texto? Há uma seqüencia lógica? De que forma ele cria imagens e dá significados a elas?


B) UM TERCEIRO ENCONTRO OU OLHAR

Metodologia

É o olhar do MERGULHO no texto. É tempo de RECOLHIMENTO. De cumplicidade, entre o leitor e o texto. É o AGIR. É a hora do prazer, do desejo, da intimidade com o texto.

Técnica

COMO O LEITOR REALIZA O TEXTO? Como o leitor interpreta aquilo que o autor construiu? Que sentido o texto passa a ter para o leitor? O que esse texto tem a ver com o leitor, com sua vida?



Ler um texto, mas o que é uma leitura? Posso aqui relacionar algumas leituras que são feitas no ensino fundamental, por disciplina diferentes, mas não se é dado o devido valor de “leitura”

MATEMÁTICA: Resolução de um problemas

GEOGRAFIA: O estudo de um rio

CIÊNCIAS: Um experimento científico

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA: Uma tela de um artista

EDUCAÇÃO FÍSICA: Um jogo

PORTUGUÊS; Um texto literário.

INFORMÁTICA: Um programa de computador ex. Jogos

MÚSICA: Uma melodia.
LÍNGUA PORTUGUESA:




“Ao aprender as respostas certas, os alunos desaprendem a arte de se aventurar e de errar, sem saber que, para uma resposta certa, Milhares de tentativas erradas devem ser feitas”.

(Rubem Alves)



OBJETIVOS GERAIS:

Contribuir para que o aluno sinta-se um leitor de sentidos do mundo, através da leitura e produção da linguagem verbal, visual e corporal; produzir textos com coerência e coesão, preocupando-se com a escrita alfabética e ortográfica.



COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:

* localizar informações explicitas e implícitas em um texto;

* estabelecer relações entre partes de um texto, produzir textos considerando sua finalidade;

* ler autonomamente textos curtos e alguns tipos longos de diferentes gêneros previstos para a série;

* revisar textos bem escritos, com a ajuda da professora;

* compreender o sentido nas mensagens orais e escritas de que é destinatário direto ou indireto;

* produzir textos (dos gêneros previstos para a série) coesos e coerentes, considerando o leitor e o objeto da mensagem;

* escrever textos previstos para a série, utilizando a escrita alfabética e preocupando-se com o uso adequado das convenções (forma ortográfica, a segmentação, a pontuação, a boa apresentação do texto etc.);

* considerar a necessidade das várias versões que a produção de texto escrito requer, empenhando-se em produzi-las com a ajuda da professora;

* Utilizar a linguagem oral com eficácia, sabendo adequá-la a intenções e situações comunicativas que requeiram: conversar num grupo, expressar sentimentos e opiniões, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor sobre temas estudados;

* Participar de diferentes situações de comunicação oral, acolhendo e considerando as opiniões alheias e respeitando os diferentes modos de falar.



MATEMÁTICA:



“O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas.”

(Rubem Alves)



OBJETIVOS GERAIS:

Contribuir para que o aluno resolva situações – problema; desenvolva formas de raciocínio para interpretar resultados obtidos dos fatos e novos informações para elaborar as situações relacionadas à vida prática;



COMPETÊNCIAS e HABILIDADES:

* resolver problemas,construindo significados para as operações a partir de utilização do contexto social ;

* elaborar hipóteses;

* propor soluções e explorar possibilidades;

* identificar informações em tabelas e gráficos que permitam aos alunos validar ou negar hipóteses elaboradas.

* desenvolver e sistematizar procedimentos de cálculo por estimativa, cálculo mental e estratégias de verificação e controle de resultados.



CIÊNCIAS:



“Se me dizes, eu esqueço. Se me ensinas, eu me lembro. Se me envolves, eu aprendo”.

(Benjamim Franklin)



OBJETIVOS GERAIS:

Compreender os fenômenos naturais que ocorrem à sua volta, identificando os recursos naturais. Estimular os alunos a observar, conhecer os fenômenos biológicos e iniciar o uso da linguagem científico.



COMPETÊNCIAS e HABILIDADES:

* observar, registrar e comunicar semelhanças e diferenças em diversos ambientes a partir de observações diretas e indiretas;

* considerar o avanço tecnológico de rápidas mudanças, para que consigam lidar com os desafios que a vida lhes apresenta no dia-a-dia.



HISTÓRIA e GEOGRAFIA:



“A verdadeira tarefa docente é a de transmitir o compromisso com a pesquisa, buscando produzir construtores do saber.”

(Pedro Demo)



OBJETIVOS GERAIS:

Reconhecer os problemas sociais do meio em que vive; desenvolver habilidades de observação, representação e busca de informações em fontes adequadas. Formação do pensamento histórico a partir de experiências sociais vividas direta ou indiretamente pelas crianças, em seu espaço e tempo e em outros espaços e outros tempos.

Identificar e comparar os elementos naturais e sociais que os compõem e as relações de interdependência entre os espaços produzidos no campo e na cidade.



HABILIDADES e COMPETÊNCIAS:

• comparar acontecimentos na linha do tempo, reconhecendo semelhanças e diferenças sociais, econômicas e culturais.

terça-feira, 1 de junho de 2010

TECNOLOGIA E SALA DE AULA

Na era da tecnologia, uma infinidade de mídias, especialmente as que visam a comunicação em massa, fazem parte da vida das pessoas como se fosse algo indissolúvel delas próprias. Essas mídias: TV; Internet; rádio; revista; jornal; Cd; DVD; cinema, visam o controle comportamental das pessoas e estão carregadas de ideologias que acabam por citar padrões de comportamento, definindo o que é belo, o que oferece status, poder, controle. As mídias são usadas para manipular, ao mesmo tempo em que são manipuladas.

A escola, em épocas passadas, era tida como “detentora” dos saberes, mas hoje, encontra-se em partes, desorientada, assim como muitos pais, por não conseguirem dar conta de acompanhar a evolução tecnológica. Os professores deveriam ser o elo de ligação entre os conhecimentos e os alunos, agora ocupam um papel coadjuvante no processo, ou por falta de conhecimento, insegurança ou mesmo criticidade.

O nosso sistema educacional é fragmentado e vem “de cima para baixo”, muitas vezes assim, não indo de encontro a realidade do aluno e o seu objetivo de aprender na escola.

A aprendizagem se faz em qualquer lugar, com os vários tipos de mídias que dispomos. Então: Porque aprender na escola? O que aprender na escola? Para que aprender na escola?

A educação escolar supõe uma seleção no interior da cultura e um reelaborar dos conteúdos da cultura a serem transmitidos, ou seja, os conteúdos a serem recortados entre todos os conhecimentos sistematizados e acumulados historicamente pela sociedade, que deverão fazer parte do currículo.

Essa abordagem pedagógica parece mais adequada às necessidades do cidadão do século XIX, que precisa, cada vez mais, desenvolver as habilidades de pesquisa, trabalho coletivo e de produção de conhecimento. (ver: Ramal, 2000; Bracewell et alii., 1998; Riel e Becker, 2000; Barbosa et alii., 2002; Morais, 2000, Kenski, 2003)

Muitas vezes o professor tem medo de utilizar essas ferramentas, por isso na minha escola, estamos oferecendo um curso de aperfeiçoamento e compreensão das novas tecnologias.

A escola possui um acervo de TV Escola, onde estamos organizando no acervo da sala de multimídia.

Pelo acesso à Internet, temos o Portal do Professor, onde se apresenta várias formas e recursos para o uso das TIC’s na escola.

O site http://www.dominiopublico.com.br/  e o http://www.educarede.org.br/  .

Com a Internet a pesquisa escolar pode se transmitir com o data show para todos os alunos, como uma grande TV.

Apesar desse recurso, temos também a TV Educativa – TV Cultura, onde entre os programas exibidos temos: Almanaque Educação, programa em que dois adolescentes apresentam temas que vão desde economia até tecnologia. Nossa Língua, sobrte a Lingua Portuguesa.

A aula sai das paredes da sala e ganha o mundo” – Fernando Almeida.

Com a sala multimídia, integrada ao curso de mídias, o professor pode explorar os recursos tecnológicos, visando um maior aprofundamento dos conteúdos do livro didático, pois os livros apresentam outras interações de aprendizagem. Ex. Busca e pesquisa em sites, vídeos e/ou livros paradidáticos.