sábado, 12 de setembro de 2015

CONSELHO ESCOLAR E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM




“Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é o de assumir esse país democraticamente”.
 Paulo Freire

O conselho Escolar é um órgão colegiado, que envolve todos os segmentos da escola, constituindo-se em um espaço de construção de novas maneiras de compartilhar o poder de decisão e a corresponsabilidade da escola.
Esse colegiado é formado pelo diretor, professor, funcionário, aluno, família e representante da comunidade nesta proporção:
·         40% dos docentes
·         5% de especialistas de educação (exceto Diretor de escola)
·         5% de funcionários
·         25% de pais de alunos
·         25% de alunos
Esses representantes são eleitos pelos seus pares, por eleição. Além dessa composição, podem fazer parte membros da comunidade escolar e local, com direito a voz, mas sem direito a voto.
Esse colegiado, visa discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica da escola. Além desse papel, o conselho Escolar tem outras funções importantes:
·         Deliberativa: Refere-se tanto às tomadas de decisão relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.
·         Consultiva: Refere-se não só à emissão de pareceres para dirimir as dúvidas e tomar decisões como também às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência.
·         Fiscalizadora: Refere-se ao acompanhamento e à fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas ações.
·         Mobilizadora: Refere-se ao apoio e ao estímulo às comunidades escolar e local em busca da melhoria da qualidade do ensino, do acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes.
·         Pedagógica: Refere-se ao acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola, bem como a qualidade social da instituição escolar.
O Projeto Político pedagógico é um instrumento que garante a qualidade do processo ensino aprendizagem. Neste projeto, tem de se levantar o tipo de comunidade na qual o aluno está inserido, seus costumes, seu lazer. Esse levantamento serve para conhecer a realidade do aluno e proporcionar uma aprendizagem direcionada a ele, significativa. O aluno só aprende se for algo significativo para ele. A aprendizagem tem de fazer sentido e possibilitar a transformação positiva desse indivíduo. A aprendizagem que falo aqui não é só de conteúdos informais, mas também de conteúdos formais. Esses que auxiliam na formação social do indivíduo.
Para termos uma educação de qualidade se faz necessário refletir sobre essas questões: Por que o aluno não aprende? Por que temos casos de indisciplina na escola? O professor ensina? A aprendizagem é só de responsabilidade do professor? Aqui as respostas, certamente nos remetem a um leque de interferências: Sociais, Materiais e Pedagógicas. Não são respostas que nos remetem a apontar erros e falhas, mas sim para identificar a causa do problema e procurar as soluções.
Como o CE pode realizar esse trabalho? Participando da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. A escola representa a comunidade e a comunidade representa a escola. Assim sendo, o CE que é formado por todos os segmentos que compõem a escola, deve ser corresponsável na elaboração e aplicação da proposta pedagógica da escola.
 O conselho Escolar, não surgiu para controlar a escola, mas para ajudar a fortalecer a qualidade do ensino desta escola. O Conselho Escolar tem de atuar, não é para ver se tem um bom ou ruim professor, mas identificar se tem um professor que necessite de uma melhor formação, para atrair seus alunos. Não é para apontar os problemas estruturais da escola, que possam atrapalhar o processo de aprendizagem, mas sim de identificar esses problemas e ajudar a buscar soluções. Não é para identificar esse ou aquele aluno indisciplinado, mas aprofundar no problema e buscar a causa dessa indisciplina ou desinteresse pela escola.
O aluno é um sujeito, inserido em uma sociedade na qual transforma e é transformada. Partindo desse pressuposto, o processo de ensino aprendizagem, foge da monogâmica relação professor/aluno e passa a ser aluno/professor/família/comunidade. Se todos esses elementos fazem parte do processo de ensino aprendizagem e o Conselho Escolar é formado por professores, alunos, família e comunidade, logo o Conselho Escolar também é corresponsável por esse processo.
Para se delegar essa responsabilidade, temos de conhecer o papel de cada segmento no conselho Escolar e qual a sua intervenção no processo de ensino aprendizagem.
Vamos refletir com essas questões:
·         Qual o papel da família na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel do professor na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel da escola na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel da comunidade na aprendizagem dos educandos?
A partir dessas discussões, começam a surgir ações para a integração e efetivação da proposta pedagógica da escola. Se eu quero uma mudança, tenho de ter claro que eu tenho de mudar.


BIBLIOGRAFIA
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad2.pdf





segunda-feira, 20 de abril de 2015

INDICADORES EDUCACIONAIS....... PARA QUE?

Uma chuva de indicadores educacionais e avaliações para que? Para constatar em todos eles o que já se sabe: O aluno das escolas brasileiras lê e escreve muito mal. Com esses dados, vamos refletir e estudar sobre metodologias: Piaget, Decroly, Vygotsky, Freinet e outros. Em uma nova concepção de didática, temos: “Programa Ler e Escrever”, “Programa Toda a força no ciclo I”.
Todo esse aparato de estudo e pesquisa, nos remetem às dificuldades de leitura e interpretação de textos, pois uma educação com qualidade exige a exploração da linguagem oral e escrita desde a Educação Infantil.
Já na Educação Infantil, se deve desenvolver pro professores e pais, o incentivo à leitura diversificada. Produzir leitores é um desafio, pois estes estão desaparecendo. A leitura é uma espécie de diálogo entre autor e leitor. Nesse processo o leitor constrói significados para o texto e o compreende. Param que a interação entre autor e leitor aconteça, no entanto é preciso que o leitor disponha de conhecimentos que nem sempre são obtidos em situações escolares.
A leitura é mais eficiente quando os leitores conhecem as convenções, as características, o tipo de estrutura da leitura em que vão iniciar. Será que o leitor conhece as intenções comunicativas do autor? O texto é para informar, comunicar, divertir, apresentar uma argumentação? Em que época foi escrito? Para quem? O leitor deve conhecer os vários tipos de gêneros de leitura.
O leitor deve ter um objetivo para essa leitura. Os objetivos do leitor, determinam suas estratégias de leitura e o ritmo da mesma. Ler por ler ou ler pra que
Não só de objetivos se faz uma leitura, mas também de experiências anteriores de leitura. Essas experiências anteriores de leitura e de vida, podem influenciar nas atitudes do leitor e sua capacidade de interpretar e criticar.
Um bom leitor não se faz por acaso, ele começa na infância, em casa, com a família oferecendo contato com a leitura e despertando sua importância para o entendimento. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas e exercícios repetitivos de cópias pode sim, desestimular o interesse pela leitura e escrita.
A maneira de se encarar o ato de ler, pode sim influenciar a maneira de escrever. A leitura, como a escrita, não dever ser encarada como decodificação de sons e letras, mas sim, atividades que façam sentido para o aluno, tanto na leitura como na escrita.
O mundo está cheio de coisas escritas e provavelmente, as crianças desde cedo, já sabem que aquela “escrita”, quer dizer alguma coisa. Elas não entendem aquela “grafia estranha”, mas sabem que tem um significado e servem para transmitir uma mensagem. Quando as crianças chegam na escola, elas já levam de casa algumas experiências com leitura e escrita, feitas em casa, com a família.
Famílias, com um pouco mais de hábitos de leitura, principalmente os pais, induzem nas crianças, formas de leitura também como prazer e instrumento de comunicação pessoal. Ao mesmo tempo, muitas crianças foram escolarizadas exclusivamente com cartilhas e livros didáticos, sem ter sido convidada a folhear livros, jornais ou até mesmo um simples catálogo informativo, muitas vezes não gostam de ler.
Para uma criança, em idade escolar, não basta ser alfabetizado, tem de ser letrado. O letramento consiste na prática social da leitura e da escrita. Para Magda Soares (1998) “letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita; é também o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e suas práticas sociais”.

Para formar indivíduos letrados e não só alfabetizados, precisamos criar situações de leitura com tipos de textos que circulem no meio social. Textos que façam sentido na vida social da criança. Toda a criança, deve em seu tempo escolar, saber ler e redigir uma carta, interpretar uma bula de remédio, se familiarizar com a ficha de um animal do zoológico. Pesquisar uma palavra ou tema na internet ou mesmo em um livro.

domingo, 12 de abril de 2015

RESILIÊNCIA NA EDUCAÇÃO, POSSIBILIDADE OU REALIDADE!



Falamos muito de mudanças na escola, a “escola” precisa se reinventar, tornar-se mais atrativa para o aluno. É estranho esse termo, pois a “escola” somos nós. Nós precisamos nos reinventar. Aqui falo não só de professores, mas coordenadores, diretores, funcionários, pais, alunos e comunidade e a própria Secretaria da Educação, com suas resoluções, normas, decretos e etc. e tal.
A sociedade apresenta novos desafios e busca por espaços profissionais e pessoas, por isso temos de nos preservar psicologicamente e dar as respostas ás exigências propostas. Reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante dos desafios, tendo uma atitude otimista.
Em Psicologia, o termo “Resiliência” é visto como uma pressão às situações de risco e a capacidade de dar respostas a um ajustamento, ou seja, a capacidade do indivíduo se ajustar e adaptar-se a uma nova situação, como resposta à pressão ou situação de risco ou estresse. Esse processo leva a evolução do indivíduo, pois ele trabalha suas “defesas psicológicas e culturais”.
Resiliência, segundo Ruegg (1997) seria a resistência e perseverança da pessoa humana face às dificuldades que encontra. Isso não quer dizer que essas pessoas se tornem mais passivas e conformadas. Ao contrário, espera-se que elas se tornem mais fortes e equipadas para poder intervir de modo mais eficaz, na transformação da própria sociedade.
A formação do cidadão passa pela escola e a importância de se repensar no processo ensino aprendizagem. Aqui não só ensino aprendizagem aluno-professor, mas ensino aprendizagem escola-cidadão. Para uma pessoa, determinada situação pode gerar perigo e enquanto para outra, pode ser um grande desafio a sua evolução.
Garbardino (1992) “aqueles que estudam a pessoa numa perspectiva ecológica, são capazes de ver o indivíduo e seus ambientes como sistemas de formação mútuos, onde cada sistema muda no decorrer do tempo e cada um deles adapta-se como resposta às mudanças ocorridas no primeiro...”
É preciso pôr as pessoas a pensar, a refletir, a questionar e a questionar-se e não a responder a perguntas colocadas pelos outros e, aqui entram professores e educadores, reduzindo o conhecimento do que está implícito na pergunta.
Os alunos e professores deveriam interagir nos processos de ensino-aprendizagem como colocadores de questões inovadoras e desafiantes e não como respondentes a perguntas feitas e estereotipadas sobre os saberes adquiridos e estáticos.
A resiliência aplicada na escola, mexe não só com a forma, mas mexe com o conteúdo e principalmente com sua estrutura organizacional.
TAVARES, José - Resiliência e educação -2001


domingo, 8 de março de 2015

Tendências Educacionais

Estou compartilhando um artigo sobre tendências educacionais para os próximos anos. Talvez para a escola pública, não seja de total acesso já em 2015, mas podemos começar a elaborar sua operacionalização na rede pública.
7 Tendências Educacionais

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pensamento do professor e sua formação.

Noa cursos de formação de professores, pensa-se na prática, nos recursos, no desenvolvimento do aluno. Mas e o mode de pensar do professor? Existe influência de seu pensamento em sua formação pedagógica? Que tipo de pensador deve ser um professor? Esse artigo nos faz "pensar".
Porque preocupar-se com como os professores pensam: a importância do pensamento crítico na docência