quarta-feira, 24 de agosto de 2016

TEXTOS MATEMÁTICOS, INTERPRETAÇÃO


Na matemática, os alunos encontram dificuldades na  a leitura e interpretação de textos matemáticos. Muita das dificuldades encontradas nas aulas de matemática é justamente a leitura e interpretação das resoluções de problemas.
Os alunos encontram dificuldades em compreender textos matemáticos, pois existe uma ausência de um trabalho específico com o texto problema. O texto problema é carregado de conceitos específicos em matemática que, nem sempre são de conhecimento cotidiano do aluno. – total, diferença, ímpar, média, volume, produto.
Na leitura de um texto, existe uma interação entre leitor e autor, ou seja, ler não é apenas decodificar os signos, mas “dialogar” com o texto.
Na matemática, como nos afirma Fonseca e Cardoso (2005) in Escritas e Leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. pp.63-76  requer, como em qualquer outra disciplina, o ato da leitura. Trabalhar em sala de aula, atividades textuais que demandam conhecimentos matemáticos para serem lidos.
O texto de um problema envolve não apenas a linguagem, mas elementos matemáticos que nem sempre são claros para os alunos e sem esse conhecimento, não é possível avançar na interpretação de uma “resolução de problema matemático”. Em um texto matemático, trabalham-se dois tipos de linguagens diferentes – as palavras e os símbolos matemáticos.
Como qualquer outro tipo de leitura, se faz necessário trabalhar;
Vocabulário matemático. Aqui podemos formar, junto com o aluno, um dicionário, com os termos e frases com significados matemáticos.
Coesão textual. Enfatizando a coerência textual, se articula a pergunta com o restante do texto.
Dados numéricos. O aluno retira em separado, os dados numéricos do problema. Assim ele pode observar os dados a serem calculados.
Ausência de dados numéricos. O aluno explora o texto e a partir dele, indica os dados numéricos implícitos no contexto.
Escrita matemática: A escrita serve como forma de organizar as ideias para comunicar o pensamento matemático utilizado para a resolução de um problema.
 A compreensão matemática não se dá somente na leitura e escrita, mas também no diálogo entre as partes e seus conhecimentos prévios sobre o assunto, nos quais deverão ser explorados.
A criança trás consigo a noção de “quantidade”, “maior”, “menor”, “mais do que eu”, “menos do que eu”, no seu cotidiano. Só ainda não sabe colocar essa verbalização em forma matemática. Esse diálogo é muito importante, pois ai se faz a relação entre a escrita, a fala e a escrita matemática.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

LER É INTERPRETAR?


A leitura é indispensável  para a vida social, pois é através dela que nos comunicamos com o outro.  A leitura nas séries iniciais não seria só na construção da base alfabética, mas sim “decifrar” o código escrito. A prática de leitura passa por três dimensões;

Cultura letrada: O que significa isso? Como o professor pode ajudar o aluno a gostar de ler?

Fluência: O que significa isso? Como o professor pode ajudar o aluno a ganhar fluência?

Compreensão: O que é compreender um texto? Como ajudar o aluno a desenvolver estratégias de compreensão leitora?

Em nossa sociedade, apenas 26% da população é considerada plenamente alfabetizada, apesar de muitas crianças crescerem vendo a relação e a leitura e escrita com os mais velhos e a sociedade. Percebem a importância dos registros gráficos (listas, bilhetes, anúncios, jornal, TV, internet, livros etc.) para a sua comunicação e interação com a sociedade.

No entanto, por razões socioeconômicas e mesmo falta de hábito de leitura entre os familiares, as crianças só tem acesso a leitura na escola.

Nos anos iniciais, a atenção do aluno ao se deparar com a leitura de um texto, está direcionada à decodificação do texto. Por isso, ele lê mais devagar do que um leitor fluente.

Com o progressivo domínio da fluência e a ampliação do vocabulário mental*, o aluno será capaz de:

·         Ler com mais rapidez

·         Reconhecer palavras, grupos de palavras e até frases automaticamente.

·         Aprender o texto e partes dele como um todo significativo – compreensão global.

Para que o aluno seja incentivado a ler, converse sobre textos e o familiarize com a cultura escrita, assim ele ampliará o uso da via lexial, adquirindo mais rapidez, automatismo e fluência leitora.

*vocabulário mental: as palavras conhecidas e muito usadas formam o vocabulário mental, uma espécie de dicionário que os leitores constroem ao longo da vida. Para ler as palavras novas, utiliza-se a via fonológica. Leitores em fase de alfabetização usam essa via predominantemente.

A compreensão é um processo de interação entre leitor ( objetivo da leitura, conhecimentos prévios), texto (gênero, suporte, contexto) e autor (conhecimento a transmitir, informação).

A compreensão leitora depende:

·         Do conhecimento acumulado pelo leitor: conhecimento prévio, tema, gênero, suporte, associado à conhecimento do mundo leitor.

·         Dos objetivos/propósitos do leitor: orientam a interação entre o leitor e o texto, definindo o que ler e como ler.

·         Das estratégias do leitor: as estratégias são (“conteúdos” a serem ensinados, não modos de ensinar (metodologia).

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PROJETO INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

A partir dos resultados das avaliações externas, verificamos que as nossas crianças apresentam dificuldades na interpretação de um texto, ou seja, não é só aprender a ler, decodificar as palavras, mas se apropriar dos significados delas.

Interpretar um texto é entender o que se está lendo.

O aluno quando entende o que está escrito, aquelas letras passam a ter significado e importância para ele. O texto deixa de ser um monte de palavras e passa a ser uma informação nova. Essa informação nova é a aprendizagem.

A Hermenêutica, a área da filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:

 a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto que possa ser relacionado com a realidade do aluno. Assim sendo, ele vai trazer seus conhecimentos sobre o assunto, ou seja, conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

Ações:

Viu uma palavra esquisita? Procure o significado dela, podendo usar o dicionário.

Aqui o aluno já vai aumentando seu repertório de palavras, seus significados e sinônimos.

Com a leitura de frases, o aluno descobre que através das frases, se expressam as ideias sobre o texto. Nessa fase, podemos trabalhar novas frases, mas sem perder o significado do texto.

Atividades:

Lista de palavras

Escrita ou reescrita de frases, a partir de gravuras ou exploração na oralidade.

 

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende”  a informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto. “O que o texto fala”

Ações:

Na roda de conversa, a partir do entendimento do texto, o aluno trazer suas experiências sobre o assunto. Trazer o texto para a sua realidade.

Atividades:

Registro na lousa das estórias dos alunos.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

Ações:

Explorar, através de atividades de pesquisa, como o aluno falaria essa estória se ele fosse o personagem.

Atividades:

Produção individual, pois aqui o aluno vai colocar suas ideias, fazer a sua estória a partir do entendimento da estória lida.

Essas produções alem de gráfica, pode também ser através de desenhos. Isso varia de acordo com a fase em que o aluno se encontra.

 

Leitura de textos diversos para alunos já alfabetizados

 

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de leitura. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

 

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras dele. Para isso é bom registrar essas paráfrases no caderno.

Ações:

Registras a paráfrase;

*Comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

*Além dos passos do resumo, também inclui a sua participação com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção, justificando o porquê.

*Depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, você faz um esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases.

 

3) Leia no papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as. Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

 

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

 

Bibliografia

sábado, 16 de julho de 2016

A escola que temos hoje é de ontem?


A escola do futuro ou do passado?
A escola tem WIFI?
Passamos por situações de conflito, nas quais alunos, revindicam o acesso ao Wifi da escola e o uso da sala de informática.
A escola ainda hoje, apesar de toda a tecnologia já existente, ainda sobrevive com giz, lousa e saliva do professor. Temos sim escolas com computadores, data show, mas estes, muitas vezes sem muitas condições de uso, pois temos problemas de manutenção dos equipamentos e até mesmo de acesso a internet, por linha telefônica.
A cultura evoluiu, mas o sistema educacional continua do século passado. Como disse anteriormente em outra postagem. Temos uma escola com estrutura do século 19, tentamos reformular a educação ás bases do século 20 e temos alunos do século 21 matriculados nela.
Como podemos ter uma escola atrativa para os alunos se esta, não traz para seu interior a realidade social?
A nossa sociedade é abarrotada de informação de todos os campos.e para isso, a escola deve desenvolver no aluno as competências e habilidades de como tratar essa informação e transformá-la em conhecimento. A escola não pode mais ser um modelo baseada em assimilação de conteúdos, mas sim de interação desses conteúdos com a informação, gerando assim um aprendizado mais condizente com a realidade do aluno, mas significativo para ele.
Estamos em uma Era de inclusão digital. Pera ai, inclusão digital é a democratização do acesso às tecnologias, de forma a permitir a inserção de todos na chamada  sociedade de informação. Não é só isso, também implica no desenvolvimento de competências para o seu uso.
Se a escola não oferecer oportunidades de desenvolvimento dessas competências, a inclusão seria pífia.
A escola tem computadores, mas desenvolve as competências para o seu uso? A escola tem planejamento, ou pelo menos um tópico de como desenvolver essas competências no aluno e professores?
No Brasil, a defasagem do uso das novas tecnologias é muito grande, não só na rede pública, mas também em muitas escolas da rede privada. Para isso, muitos governos e gestores, buscam uma formação continuada para professores para o uso das novas tecnologias.
A falta de percepção da importância das novas tecnologias na educação, traz a dicotomia entre a planejamento de "sala de aula" e planejamento da "sala de informática".
Assim sendo, temos de integrar as tecnologias em nossa proposta pedagógica, assim como, já esta disponível a lousa e o giz.
As novas tecnologias, tem de serem agregadas, assim como foi incorporada a lousa, o giz e os livros didáticos.
O docente está aberto as novas mudanças que ocorrem na educação através das novas tecnologias? O docente faz seu planejamento já incorporando as novas tecnologias? Se faz, ele consegue muitas vezes ter o acesso a elas, disponibilidade?
Na proposta pedagógica da escola, as novas tecnologias fazem parte dos planejamentos e estão sempre disponíveis? No plano escolar, a "sala de informática" é uma sala simplesmente, mais uma, para limpar? Nesse plano, essa sala de informática, tem um planejamento que o professor se encaixa ou é a sala de informática que se encaixa no planejamento do professor?
Até responder essas questões, vejo sim, alunos que se dizem incluídos digitalmente, usando celulares antes, durante e depois das aulas, para tirar 'selfie". Ainda, não presenciei uma pesquisa relacionada ao conteúdo, feita por alunos com celular. Computador? Piscou, os alunos estão nos jogos ou vendo vídeos, sem relação com o conteúdo que está sendo trabalhado.
Nessa realidade, vejo alunos e professores mal preparados para o uso dessas tecnologias.